Se você já sentiu, ou sente no momento, exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e, identifica que estes sintomas são resultantes da situação de trabalho, saiba que estes são alguns possíveis sintomas do Burnout, também conhecido popularmente como Síndrome do Esgotamento Profissional”.
O Burnout é um quadro que se estabelece pouco a pouco e é fruto de sucessivos desgastes vividos no ambiente de trabalho. A pessoa vai percebendo em si própria alguns sinais como cansaço, tristeza, irritabilidade, dificuldade de manter a concentração e a produtividade.
Também pode perceber alterações significativas no padrão de sono e alimentação, até chegar ao ponto em que a noite de sono e os finais de semana já não são suficientes para sentir-se descansada, bem como o dia-a-dia pode ir se tornando cada vez mais pesado com acúmulo de uma imensidão de árduas tarefas.
Neste cenário é natural sentir também culpa, julgando-se ser incapaz por não estar conseguindo dar conta de todas as demandas diárias. Tudo isto pode ir se instalando na pessoa num gradativo e como fruto de desgastes constantes no trabalho.
QUAIS DESGASTES PODEM SER VIVIDOS NO AMBIENTE DE TRABALHO?
O ambiente de trabalho é composto por diversas tarefas, situações e variáveis específicas, e, algumas destas podem favorecer o desgaste na pessoa. Como quando, por exemplo, a pessoa é desafiada para além de seus limites constantemente.
Veja bem, lidar com desafios e aprender com estes é saudável e leva a um crescimento pessoal. Mas, apenas quando estes desafios estão dentro dos limites do alcançável e do saudável, correspondem com a real capacidade da pessoa.
Um desafio não alcançável é, por exemplo, cobrar um nível alto de expertise de quem acabou de iniciar naquela área de atuação - simplesmente não é possível. Ao querer fazer o impossível, ultrapassar todo e qualquer desafio custe o que custar… o custo chega e é caro, pois a pessoa estará desrespeitando seus próprios limites e faltando com seu cuidado pessoal.
Isto expressa uma desconexão da pessoa consigo mesma e que, ao focar quase que unicamente na conquista e sucesso profissional, outros aspectos são desvalorizados e até renegados, como as vivências emocionais, os relacionamentos, o cuidado com a saúde integral: mente e corpo; bem como o sentido mais profundo e significativo da vida.
ESTRATÉGIA PARA SE PREVENIR DO BURNOUT
A melhor forma de prevenir é identificar os sinais que apontam que um quadro de Burnout pode estar gradativamente se estabelecendo. Identificar estes sinais o quanto antes será importante para impedir que o quadro se agrave e, já começar a tratá-lo por meio da psicoterapia com uma profissional Psicóloga enquanto está em estágio inicial.
Além dos possíveis sintomas psicológicos e físicos descritos no início do artigo, alguns padrões de atitudes são também variáveis que compõe este caminho rumo ao Burnout e servem como um sinal de que algo pode não estar bem são, por exemplo:
Necessidade de aprovação: A aprovação social é uma importante ferramenta no desenvolvimento da pessoa. Quando criança, é a aprovação dos pais que direciona a formação, pois esta valida determinados comportamentos. Nas corporações, não à toa tem-se como prática o feedback ao funcionário.
Mas, se quando adulto continua com este padrão de buscar aprovação de colegas e superiores de forma constante, pode-se ficar na posição de refém desta aprovação. Aí está armada a armadilha: a pessoa pode se cobrar a fazer o impossível para ganhar esta aprovação. E a isto se soma o próximo tópico.
Dificuldade em se desligar do trabalho: Já que a pessoa busca aprovação externa, poderá se propor a ultrapassar todos os seus limites na performance do trabalho. Um destes limites pode ser a quantidade de tempo de vida que a pessoa destina ao trabalho. O "é só um e-mail" ou "é só uma ligação urgente no final de semana" ou ainda "é este tempo que tenho para inovar em soluções para o trabalho" pode tomar o tempo de outras áreas da vida.
Para além do tempo, tem também a energia física e psicológica que se investe no trabalho, por vezes a pessoa deixa de pensar em assuntos de outras áreas da vida - pessoal, relacionamentos - para focar exclusivamente no trabalho. Neste cenário a pessoa já não trabalha para viver, mas quase que vive para trabalhar, o que nos leva ao próximo tópico.
Afastamento da vida social: Neste caminho de buscar aprovação constante e focar quase que exclusivamente no trabalho, a pessoa, percebendo ou não, pouco a pouco vai negligenciando diversas coisas. Como a saúde do corpo ao não priorizar no mínimo o check-up anual, e a vida social.
A pessoa pode, por falta de tempo e ânimo, ou outras razões, deixar de investir nas suas relações. Isolar-se de amigos e familiares, o que não é saudável pois as relações interpessoais são muito importantes para o desenvolvimento e qualidade de vida da pessoa.
UMA SAÍDA PARA O BURNOUT
Como vimos, são vários os aspectos relacionados ao desenvolvimento do Burnout. São sinais que vão mostrando que algo não está saudável e o bem-estar está sendo afetado. E é entendendo estes aspectos, que pode-se construir uma saída para este problema.
Repensar esta busca por aprovação constante, as prioridades e o sentido da vida para além da performance profissional e a qualidade das relações, são passos para fortalecer o bem-estar e evitar chegar neste extremo que é o Burnout.
Se você se reconheceu em alguns aspectos descritos neste texto, saiba que um apoio especializado pode te ajudar neste processo de reflexão e transformação de padrões de atitude. A psicoterapia pode te ajudar a construir novas formas de realizar sua ambição profissional sem prejudicar sua saúde mental.
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