Você provavelmente já ouviu este termo “individuação” alguma vez na vida, mas se não ouviu não tem problema nenhum, vem que eu te explico!
A individuação é, em resumo, um processo profundo e contínuo de transformação interna, ou seja, é algo que leva tempo… mas que vale a pena! Imagine que é como se você fosse renascer “em um outro ser... o outro em nós, ou seja, a personalidade futura mais ampla” (JUNG, OC 9/2 §235), que já pulsa em cada um de nós como semente potencial: sua versão 2.0.
É como a pessoa vai se constituindo (se construindo) e, se relacionando com o mundo e consigo mesma.
Sabe, em nós há um processo em andamento chamado “formação e desenvolvimento da personalidade”. Este processo tem início desde as nossas primeiras experiências como bebês.
Neste movimento de irmos nos adaptando ao mundo externo e de ir socializando é fundamental e saudável que aprendamos normas e papéis sociais. Ou seja, vamos inicialmente aprendendo pela educação prestada a nós pelos nossos respectivos cuidadores e nas experiências que vamos vivendo no dia-a-dia.
Desde as normas/regras básicas que vamos aprendendo quando crianças, como exemplo “não pode bater no amiguinho”, até chegarmos a regras mais complexas conforme vamos crescendo e amadurecendo, como exemplo “não faça ao outro o que não gostaria que fizessem com você”.
Juntamente com as normas também vamos aprendendo que certos papéis sociais são mais adequados e bem vistos, como por exemplo quando iniciamos a formação escolar e precisamos desenvolver o papel social (persona) de aluno, no qual espera-se determinadas atitudes como a de prestar atenção na aula e obedecer o/a professor/a, em detrimento de outras que não são adequadas como brincar na hora da aula e desrespeitar colegas e professor/a.
SE É IMPORTANTE APRENDER NORMAS E PAPÉIS SOCIAIS, ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
Todas estas normas e papéis sociais são muito importantes pois nos ajuda a nos desenvolvermos e nos adaptarmos, e esta adaptação é necessária para o convívio em sociedade. Necessário até certo ponto. A coisa complica quando a gente permanece agindo somente conforme o que os outros esperam de nós - ou ainda, o que achamos que os outros esperam de nós, pois às vezes pode ser apenas achismo nosso mesmo.
Ou seja, quando mesmo já adultos, continuamos seguindo todas as normas aprendidas apenas porque “compramos” o que nos falaram, mas não necessariamente refletimos sobre tudo isto. Neste cenário, a pessoa está alienada no coletivo, ou seja, adaptada demais ao mundo e ao coletivo ao ponto de distanciar-se de si mesma, de suas próprias opiniões e de sua autenticidade.
A rota de saída aqui é passar a olhar mais para si próprio buscando se conhecer melhor, ao passo que vai refletindo sobre estas normas e papéis sociais. Para tal, diversas pessoas optam por contar com um apoio especializado por meio da psicoterapia.
Já tinha ouvido falar sobre está alienação que pode ocorrer no coletivo? E sobre o conceito de individuação? Então bora para o texto "Como não ser só mais um na multidão" no qual falarei em mais profundidade sobre este importante processo de repensar as normas e papéis sociais aprendidos. Vem comigo!
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