São várias as pessoas que estão vivendo desta forma sem conseguir ao menos perceber sua real situação. Esta é uma verdade impactante mas aceitar esta realidade é o que possibilita a pessoa de se libertar desta condição, e esta liberdade resultante é valiosa e faz com que o esforço valha a pena!
Quando a pessoa da mais atenção ao que o outro valoriza, no momento em que pensa que a opinião do outro é melhor do que a sua própria, quando não reconhece seu real valor e se menospreza. Na hora em que se poda para caber na vida do outro, quando se obriga a corresponder às expectativas alheias e quando é quem fica toda machucada, às vezes até adoecida, por se deixar em último plano para poupar 100% o outro, que fica ileso....
Enfim, quando a pessoa é quem o outro quer que ela seja ao invés de ser quem ela verdadeiramente é, ela abriu mão de seu respectivo poder psicológico.
O grande ponto de virada é quando a pessoa percebe que na verdade o poder que está vendo no outro não é realmente dele. Ela só está vendo nele, mas na realidade, o poder é e sempre foi dela mesma!
Isto se chama projeção. Para entender melhor é só lembrar da vez que foi ao cinema. Na sala de cinema há um telão imenso no qual as imagens do filme são projetadas para podermos assistir. Pense que o outro é esta tela e a máquina projetora é o seu inconsciente.
Este fenômeno da projeção é natural no funcionamento da psique. O inconsciente sempre irá projetar conteúdos, a diferença é se vamos tomar ou não consciência disto.
Reconhecer a projeção é uma valiosa oportunidade de integrar conteúdos importantes na consciência. É a chance de seguir se conhecendo, iluminando este sistema dinâmico chamado psique e podendo reconhecer e dar forma a vários potenciais que já estão aí aguardando pela sua atenção. Estão quase que pedindo: "Ei! Olha pra mim, eu estou aqui e quero participar do seu dia-a-dia!
Então, quando a pessoa reconhece que está vendo o seu próprio poder no outro, ela pode transformar este padrão e começar a focar em si mesma. Reconhecer que é dela este poder pessoal: dar importância ao que pensa e sente, se dar o devido e real valor, perceber que tem sim o direito de ser aceita e de construir relações mais saudáveis e justas e que não é obrigada a corresponder às expectativas alheias, por exemplo.
Pois se a pessoa colocou seu poder pessoal na mão do outro, ela pode pegar de volta para si! Pode passar a nutrir mais o seu respectivo empoderamento e autoestima. A psicoterapia Analítica Junguiana mesmo é uma importante ferramenta que pode auxiliar nesta jornada de expansão de consciência a partir do reconhecimento destas projeções.
É possível sim pegar de volta as rédeas de sua própria vida e ocupar a liberdade. Ouvir o chamado da alma para a jornada de individuação rumo a ousada missão de ser quem se é!
Referências: JUNG, C. G. A natureza da psique. O/C, v. 8/2. 10. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.JUNG, C.G. O homem e seus símbolos. 2.Ed. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2011.
Imagem da plataforma de design gráfico Canva
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