Você conhece a Deusa Pele? Pois eu não conhecia até eu sonhar com ela... ou melhor, até Ela aparecer pra mim em sonho. E digo mais, foi FE-NO-ME-NAL! Até então eu nunca havia tido um sonho tão vívido e emocionante. Lembro que acordei sentindo o corpo vibrar de tanta emoção… Eu estava profundamente tocada pela imagem.
Como fala Jung, quando a imagem arquetípica se manifesta é assim: vem carregada de emoção. Lembra que o arquétipo é uma disposição viva inconsciente carregada de númen (brilho, energia)? Imagina então "sentir" esta energia psíquica se manifestando para você. É uma experiência transcendental!
Além da tonalidade emocional intensa há um outro sinal que indica que a imagem manifestada é arquetípica: é quando, ao pesquisar sobre os elementos que apareceram no sonho, você percebe que trata-se de uma imagem do inconsciente coletivo.
Ou seja, não foi invenção da sua mente e não é um conteúdo seu, individual. E talvez você nem sabia que existia, nunca nem viu ou ouviu falar. É uma imagem do inconsciente coletivo. Uma que já existe. Que já foi representada em pinturas, esculturas e outras expressões artísticas e culturais pois, como explica Jung, é possível observar a manifestação de conteúdos do inconsciente coletivo tanto nestas expressões quanto no material mitológico (OC, 9/1, p.90).
Esta imagem tem seu próprio mito contando suas origens, características próprias e seus feitos. No caso de divindades, têm seus rituais próprios e povos que as cultuavam no passado ou cultuam no presente.
Foi o que ocorreu comigo. Eu não pedi, não fiz nada. Esta imagem arquetípica da Deusa Pele simplesmente se manifestou em meu sonho (lembra que o arquétipo tem certa autonomia na psique?). Ela apareceu juntamente com um vulcão e assim pude saber que se tratava dela ao pesquisar.
Esta Deusa passou a ser cultuada no Havaí a partir da colonização polinésia. Representa, dentre vários aspectos, o fogo da transmutação, a destruição e a criação expressos na potência do vulcão.
Sou muito grata a ela pois me ajudou em meu despertar de consciência e me auxiliou a transmutar diversas coisas naquele período da minha vida. Pude reduzir às cinzas o que tinha que ser finalizado abrindo caminho, assim, para o renascer de coisas. Tudo isto de uma forma mais tranquila pois esta força profunda da psique estava a me guiar internamente apoiando a minha jornada.
Na época rendeu assunto pra diversas sessões de minha psicoterapia, que sempre foi essencial para o meu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. E você, já teve um sonho assim profundamente emocionante e transformador?
Referências: JUNG, C. G. Os arquétipos do inconsciente coletivo. O/C, v. 9/1. 10. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
JUNG, C.G. O homem e seus símbolos. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
Imagem: Google
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